No Brasil, comemoramos hoje (26/07), o dia dos avós. A data surgiu em Portugal e tem origem católica pois nesse mesmo dia, é comemorado dia se São Joaquim e Santa Ana, os avós de Jesus. É claro que em todo o país não faltam homenagens para estes que nos dedicam um amor único e especial.
Seja na teledramaturgia ou na TV em geral, destacamos que além dos pais e mães, alguns dos vários avós que marcaram a nossa memória afetiva. Aqui você vai relembrar os mais fofos e também os mais abomináveis avós. Vamos?
Iniciamos com, talvez, a maior figura materna da nossa TV, a saudosa Nicette Bruno (1933-2020), que infelizmente nos deixou em 2020 por complicações do coronavírus. Destacamos 3 momentos em que Nicette interpretou uma avó – dois deles que podemos ver agora com as reprises de “TiTiTi” (2010) e “A Vida da Gente” (2011).
Dona Benta – Sítio do Pica-Pau Amarelo (2001): na segunda versão do seriado infantil baseado na obra de Monteiro Lobato, Nicette Bruno deu vida à Dona Benta entre 2001 e 2004, na TV Globo. A doce avó de Pedrinho e Narizinho possuía uma grande sabedoria, era uma boa contadora de histórias e cozinheira de mão cheia. Talvez, a partir daí a atriz deu início à fase avó de sua carreira.
Júlia Spina – TiTiTi (2010): no remake da novela homônima de 1985, viveu através das mãos de Maria Adelaide Amaral a Dona Júlia, mãe de criação do protagonista André Spina/Jacques Leclair (Alexandre Borges). Na história, acaba criando o filho abandonado por sua irmã Cecília (Regina Braga) e se consolida como a grande e forte matriarca da família, sendo o refúgio de carinho e sensatez dos netos que também criou. Iná – A Vida da Gente (2011): logo após o término de sua novela anterior citado acima, Nicette deu vida mais uma vez à uma avó que foi o esteio da família e porto seguro de suas netas Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano), na novela de Lícia Manzo em 2011. Novamente foi uma vó que desempenhou o papel de mãe, onde teve uma significativa participação na vida de suas queridas netas que eram atormentadas por sua filha Eva (Ana Beatriz Nogueira). Deixou o seu legado na teledramaturgia.
Flora e Leopoldo – Mulheres Apaixonadas (2003)
Um dos casais de avós mais marcantes da teledramaturgia foram interpretados por Carmen Silva (1916 – 2008) e Oswaldo Louzada (1912 – 2008), na novela de Manoel Carlos em 2003. Na trama, formavam um casal de atores aposentados e viviam na casa do único filho Carlão (Marcos Caruso), porém eram tidos como incômodos, principalmente pela neta mais velha Dóris (Regiane Alves) que os maltratava com sua antipatia e arrogância. O núcleo foi responsável por levantar debates sobre o maus-tratos com idosos e a sua inclusão na sociedade, impulsionando as autoridades a tomarem medidas mais efetivas no Brasil.
Vô Pepe – Era Uma Vez… (1998)
Elias Gleizer, Luiza Curvo, Alexandre Lemos, Alessandra Aguiar e Pedro Agum nos bastidores de “Era Uma Vez…” (1998) | Imagem: Reprodução/TV Globo
Elias Gleizer (1934 – 2015) deu vida ao personagem ao avô paterno – e preferido – dos netos Glorinha (Luiza Curvo), Zé Maria (Alexandre Lemos), Marizé (Alessandra Aguiar) e Fafá (Pedro Agum). O Vô Pepe, como era chamado, era um home simples agricultor, rude, porém no fundo uma boa pessoa. Com certeza foi um dos “vovôs” que mais marcou a teledramaturgia.
Afonso Lambertini – Da Cor do Pecado (2004)
Lima Duarte deu vida à Afonso, um empresário ambicioso e um homem conservador que acaba perdendo sua esposa e dedica-se à criação de Paco (Reynaldo Gianechinni), com quem tem muitos problemas de convivência devido ao filho não se identificar com as projeções do pai e o estilo de vida que levam. Com a morte do seu então único filho, perde a vontade de viver e nem mesmo a presença do seu suposto neto Otávio (Felipe Latgé). Após conhecer seu verdadeiro neto Raí (Sérgio Malheiros) se apaixona pela ideia de ser avô e sua vida muda completamente.
Vó Carmen – Chocolate com Pimenta (2003)
Quem não se lembra da doce camponesa interpretada pela grande Laura Cardoso? Ela deu vida a avó da protagonista Ana Francisca (Mariana Ximenes), sendo uma senhora caipira que sobrevivia vendendo verduras e cuidando do sítio em que morava coma família. Foi a clássica representação de avó, acolhendo, dando amor e muitos ensinamentos à sua família. E detalhe, o sotaque caipira fez da personagem uma fofa!
Dona Mocinha – TiTiTi (2010)
Maria Célia Camargo foi a avó trambiqueira de Magali (Lucia Bronstein) Armandinho (Alexandre Slaviero), quem o criou. Moradora da Vila Guitha, no início da trama demonstra ser uma senhora avarenta e que adora uma confusão, mas no desenrolar da trama mostra outras nuances da sua personagem. Vive de agiotagem, mas esconde um segredo do passando como a fortuna que guarda no porão de sua casa. A personagem foi uma boa representação de uma clássica avó vivendo na contemporaneidade de São Paulo, foi engraçada e também humana, quando seu núcleo teve mais cenas dramáticas. É muito comum encontrar senhoras assim no bairro do Belenzinho, em São Paulo – onde a novela é ambientada.
Vilões:
Mas nem só de bondade vivem os avós da teledramaturgia, muitos também foram pessoas ruins e que deixaram traumas na vida de seus netos.
Bia Falcão – Belíssima (2005):
Fernanda Montenegro marcou época interpretando a megera avó Bia Falcão. Uma famosa empresária que criou seus netos Júlia (Gloria Pires) e Pedro (Henri Castelli), após a morte de sua filha Stela. Sempre projetou que ambos fossem modelos de perfeição absoluta, mas eles foram contra a sua expectativa. Pedro, foi morar na Grécia e Júlia – a quem sempre humilhava por ser uma mulher simples e comum – ficou no comando das empresas do Grupo Assumpção. Tamanha rejeição a ter perdido o poder das empresas e da família, Bia arquiteta um plano para roubar os bens da mão de Júlia, cometendo crimes e até fingindo a sua morte. Fala se não é uma avó daquelas?
A veterana Daisy Lúcidi (1929 – 2020) deu vida à uma das piores avós da teledramaturgia na novela de Silvio de Abreu. Uma senhora de personalidade duvidosa, que esconde coisas do seu passado, mas parece ser uma boa pessoa. É avó de Kelly (Carolina Macedo) e Clara (Mariana Ximenes), netas que tem uma relação conturbada devido à exploração sexual que Valentina sujeita a Kelly – uma criança – o mesmo que fez com Clara no passado. É uma péssima pessoa e interesseira, agindo de maneira doentia e criminosa, sem nenhum remorso. Quem não se lembra de Clara chamando a avó de “velha porca”?
E o bônus:
Copélia – Toma Lá, Dá Cá (2007 – 2009)
Durante 3 anos, entre 2007 e 2009, Arlete Salles deu vida à icônica Copélia no sitcom “Toma Lá, Dá Cá. Uma mulher vaidosa e sem pudores, se comporta como uma adolescente inconsequente e apronta todas com a família. E claro, uma avó totalmente diferente das que estamos acostumados a ver, onde cometia várias loucuras e acompanhava seus netos na balada. E claro, não gostava de ser chamada de avó. Uma vovó descolada e muito engraçada!
Feliz Dia dos Avós!
Se você chegou até aqui, com certeza vários momentos e lembranças passaram na sua cabeça, né? Então, que tal homenagear seus avôs ou assistir alguma novela com eles? Aproveitem!