Atriz estará no ar em “TiTiTi”, no Vale a Pena Ver de Novo e na edição especial de“A Vida da Gente“
No dia 20 de dezembro de 2020, o Brasil recebeu uma notícia devastadora: após semanas internada, recebendo orações e energias positivas de todos os fãs, amigos e familiares, perdemos Nicette Bruno, mais uma vítima do novo coronavírus. A atriz de 87 anos estava internada na Casa de Saúde São José no Rio de Janeiro (RJ), desde o dia 29 de novembro, quando testou positivo para Covid-19. Nas redes sociais, Beth Goulart encabeçava uma corrente de orações pela recuperação de sua mãe.
Quem já assistiu a qualquer atuação de Nicette em seus mais 75 anos de carreira dedicados as artes conhecem bem o seu profissionalismo, carisma e a entrega que ela tinha com seu trabalho. Conciliava sua vida entre palcos e câmeras. Foi pioneira na teledramaturgia atuando em famosas novelas da TV Tupi, TV Excelsior e a TV Globo, onde era contratada desde 1981.
Em novelas, ficou reconhecida pelas figuras maternas, zelosas, mães e avós fortes que eram o eixo emocional de seus núcleos. Mesmo assim, nunca se repetiu. Será lembrada para sempre por personagens como a Dona Benta, em “Sítio do Picapau Amarelo” (2001-2004) e Dona Ofélia em “Alma Gêmea” (2005) Seus últimos papéis foram em “Órfãos da Terra” (2019), vivendo Ester, uma matriarca judia superprotetora, e uma participação especialíssima no final de “Éramos Seis” (2019), contracenando com a Dona Lola de Glória Pires, personagem que viveu na TV Tupi em 1977.
Reprises
Um mês após o seu falecimento, o Brasil de luto recebe a notícia que duas novelas que a atriz integrou o elenco serão reprisadas na TV Globo. Em “Ti Ti Ti” (2010) no “Vale a Pena Ver de Novo”, e em “A Vida da Gente” (2011), que volta em edição especial as 18h. Para quem admira o trabalho da atriz, as duas reexibições são um presente e contribuem para o legado deixado na dramaturgia e nos nossos corações.
Em “Ti Ti Ti”, Nicette interpretou a doce avó Júlia. Na trama de Maria Adelaide Amaral (adaptada do original de Cassiano Gabus Mendes), Júlia era a matriarca da família Spina, tia de André/Jacques Leclair (Alexandre Borges), que foi criado por ela ao ser abandonado por sua mãe, Cecília (Regina Braga).
Júlia se desdobrava para comandar e segurar a barra de seus descendentes, sendo doce e carinhosa, mas enérgica e pulso firme quando necessário. Teve seu momento mais marcante no reencontro com sua irmã desaparecida, onde Nicette entregou uma atuação emocionante – sendo a personagem que mais marcou o autor deste texto, juntamente da já citada Dona Benta.
Logo em seguida, após o fim da novela das 19h, emendou outra história no ano de 2011 na novela “A Vida da Gente”, exibida no horário das 18h. Na história assinada por Lícia Manzo, Nicette interpreta a doce e sábia Iná, avó das protagonistas Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano), que tem um papel muito importante no desenrolar da história.
Iná servia como a verdadeira figura materna das meninas, fonte de amor de acolhimento, uma vez que a mãe delas, sua filha Eva (Ana Beatriz Nogueira), era uma mulher intransigente e incapaz de demonstrar carinho pelas filhas. Iná vivia uma relação de amor e companheirismo muito bonita com seu companheiro, Laudelino (Stênio Garcia), com quem nunca se casou – segundo ela, esse era o segredo para um relacionamento duradouro.
Viva Nicette!
Vale muito a pena voltar a acompanhar em nossas telinhas uma das atrizes mais queridas pelo público e por seus colegas de profissão, que deixou um legado enorme na história da dramaturgia que para sempre será lembrada. Além de suas personagens, também nos marcou com sua sabedoria, sua humanidade, seus posicionamentos firmes e sensatos que eram demonstrados em várias entrevistas, bem como a relação de amor incondicional que viveu com Paulo Goulart. Nicette Bruno é inesquecível!
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